quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Os sapos também choram

          Enconstou a cabeça no travesseiro, a hora de sonhar estava apenas começando - Ela estava esperando isso, mas os últimos acontecimentos não a permitiam fechar os olhos- . Havia um medo crescente de perder, uma vontade imensa de ligar, de escultar a voz, e um desejo quase incontrolável de não ficar distante, de ir atrás e acabar com toda aquela saudade que apertava seu coração. Mas, tudo bem!
            O belo principe havia montado seu cavalo e partiu sem maiores explicações, sem promessas de voltar e sem demonstrar que ainda sentia algo. Ele se foi,  e simplesmente isso! Não havia nada que ela poderia fazer, e não havia nada que ela quisesse fazer. Ele se foi... Ela tinha que aceitar isso. Príncipes nunca foram muito confiáveis, sempre esperamos de mais deles, sempre estamos preocupadas em os agradar, e sempre esquecemos que nas horas de guerra eles partem com seu exército, aqueles homens todos deixando seus lares pra nada, pra fazer morte! E que morte é mais dolorosa que a que eles proporcionam aos corações femininos que ficam esperando eles voltarem? Que morte é mais letal que a de não poder saber mais deles? Que morte tortura mais que a morte do esquecimento, que a morte de não se preocupar mais, e que a morte de não estar mais presente perante à quem se ama?
          Belo exército esse, de amigos enclausurados em seu egoísmo, de amigos que não sabem dar bons conselhos, de amigos que te carregam pra guerras de tentação, de luxúria!  Tudo bem, ela poderia aceitar isso, ela poderia tentar entendê-lo e poderia ficar ao lado dele, mas ele fez sua escolha, O PRÍNCIPE DELA escolheu ser príncipe de ninguém.
           Depois do beijo em que ela o havia transformado de sapo pra príncipe, ela pensou que sim, ele poderia ser diferente, ser o seu mais novo companheiro imperfeito, o seu mais novo amigo. Ela havia ficado muito confusa também, mas ela pensou que não poderia o magoar dizendo isso. Sua confusão interna passou, e ela permaneceu ao lado dele nos momentos bons e ruins. Ele não sabia como se portar quando ele estava confuso, ele não era maduro o suficiente pra sentar e conversar sobre isso, e ela foi boba o bastante falando que eles poderiam continuar do jeito que estava, que isso era só questão de tempo - um dia ia passar - .  Ela se apaixonou por quem não devia, e mesmo assim, pensou que seria certo continuar sonhando que tudo daria certo quando as máscaras caíssem... Mas ela se enganou de novo, ele não era diferente, ele era ainda pior que todos os outros!
            Depois de aceitar isso - por partes, pelo menos - , ela o esqueceu. Nada mais de sonhos, de esperanças, de saudades.... Na teoria é fácil assim! Ele havia se transformado em sapo novamente, só que sem aquela mágica especial que o transformaria no príncipe encantado dela outra vez. Sua chance havia passado, mesmo que ela procurasse encontrá-lo, ele nunca mais seria o de antes, e isso a assustava! Ele poderia gritar, falar: estou aqui de novo pra você! Mas ela não o entenderia, quem pode compreender um sapo? Quem pode entender um ser que já enganou de mais seu coração? Isso a faz ficar triste, sem maiores esperanças sobre amores e namorados perfeitos.
          Ela às vezes se sente triste, e pensa que vai chorar, mas não chora! E imagina que ele, talvez não seja assim tão insensível lá no fundo, e que também chore quando lembre dela... Sapos também choram, só que ninguém nunca percebe! As lágrimas se tornam tão desnecessárias quanto pedidos de desculpa. Bom mesmo seria se ele tentasse mudar, virar um príncipe pra ela com seu próprio esforço, sem pensar em recompensas depois, só pra mostrar que a ama. Mas isso é uma suposição muito improvável! Por isso, ela se contenta em saber que talvez ele chore, que talvez ele sinta saudades, e que talvez ele possa deixar de ser um sapo sujo, seja pra ela ou pra qualquer outra que sonhe com um príncipe encantado depois de um beijo de amor...

Um comentário:

  1. Legal sua história. Não acho que você tenha muito talento para escritora, mas vamo lá que só li uma história. Gosta de romance com drama? Faz o tipo amor não correspondido? Leia Cyrano de Bergerac. É uma peça, sim, e portanto é tudo escrito em forma de peça, mais é romântico, dramático, e faz o tipo amor não correspondido. Acho que tem livro pra comprar com a peça escrita, porque eu li, mais não sei onde.

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