domingo, 13 de março de 2011

P.C.P.

           Eu não estava procurando, mas ele apareceu. Não estava nem um pouco afim de tirar aquela dor do coração, mas ele sorriu e tudo o mais desapareceu. E quando eu não quero falar, ele me olha com aquela cara de quem me entende - e eu sei que entende - , e me sinto à vontade, mesmo que tudo ao redor seja intimidador. E quando eu estou com aquela cara de cansada, ele me chama pra dormir no colo dele, e eu me sinto segura, como se o mundo inteiro desaparecesse e sobrasse só nós dois naquele noss lugar, e ele tem aquele toque carinhoso em meus cabelos que me levam pra outro plano. Tudo o que eu quero falar agora é: eu te quero pra sempre! E isso eu nunca senti vontade de dizer antes pra ninguém, por isso esse medo... Mas ele me faz perder o medo, é algo inexplicável e irracional que me puxa, me prende, me vicia, e eu gosto disso, eu amo esse novo jeito de viver. Ele ama me olhar, e eu não me intimido mais por isso, pois é como se ele olhasse lá dentro da minha alma, e às vezes eu tenho vontade que ele realmente faça isso, pra que assim ele possa enxergar de vez que é ele, não tem mais amores do passado, não tem mais medo, não tem mais nada que nos impeça, e assim talvez ele poderia perceber que eu o desejo mais que tudo, e vai ser sempre assim, com toda certeza do mundo.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Odeio

            Eu odeio que encostem o cotovelo, a bunda ou uma cerveja molhada em mim enquanto eu tento encontrar um espaço para dançar. Eu odeio que encostem em mim, odeio a pele de um desconhecido indesejado.
          Odeio homens que olham para bundas como se admirassem uma carne pendurada no açougue e odeio mais ainda quando fazem bico e aquele sim com a cabeça, tipo "concordo com o mundo que ela é muito gostosa". E se ele fizer aquela chupada pra dentro do tipo "hmmmmm delícia" já é algo que ultrapassa os limites do meu ódio.
         Odeio mau hálito e mais ainda o fato de que justamente as pessoas podres são aquelas que falam mais baixo e nos obrigam a ter que chegar perto. Eu odeio machismo, submissão e mais do que tudo isso ter que ser forte o tempo todo e não ter um ombro másculo para chorar até minha última gota desamparada.
         Odeio pessoas muito oleosas, muito peludas, muito suadas e acima de tudo meninas que cheiram a lavandas e gostam de adesivos de ursinho.
        Odeio quem comemora porque passou numa faculdade que meu primo de 8 anos passaria e quem diz "peguei a mina".
        Odeio os Estados Unidos mas odeio muito mais o fato de a gente ter sangue europeu mas ficar imitando esses estúpidos, que também têm sangue europeu mas são estúpidos por herança criada. Odeio a frase "eu vou no super, comprar umas cervas para o churras".
      Odeio quem passa o dia no shopping com a família, churrascaria com aquele desfile de bichinhos mortos, principalmente porque você está lá tranqüilamente comendo e vem alguém com um espeto (que é grosseiramente imposto ao seu lado), te espirra sangue, fala um nome idiota e você nunca sabe exatamente de que parte se trata.
      Odeio quem casa virgem, odeio quem chega em casa depois de uns malhos no carro e enfia o dedo no meio das pernas porque tava louca para dar mas "ele ia me achar muito fácil". Mas eu também odeio mulher que sai dando pra meio mundo e perde o mistério. Sei lá, essa coisa toda de dar vai ser sempre uma dúvida.
      Odeio meninas caçadoras de homens ricos mas odeio sair com um cara que está tentando começar um relacionamento e ter que rachar a conta, seria mais simpático me deixar pagar a conta toda. Rachar é péssimo.
      Dividir banheiro, pêlo alheio em sabonete, acordar cedo e meninas adolescentes peruas com voz de pato.
      Quando eu era criança sonhava todas as noites que arrancava os olhos de todo mundo e só eu podia enxergar o quanto era feio eu ser como sou."
Tati Bernardi

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            (...) Eu nunca vou entender porque a gente continua voltando pra casa querendo ser de alguém, ainda que a gente esteja um ao lado do outro. Eu nunca vou entender porque você é exatamente o que eu quero, eu sou exatamente o que você quer, mas as nossas exatidões não funcionam numa conta de mais...
            Mas aí, daqui uns dias.... você vai me ligar. Querendo tomar aquele café de sempre, querendo me esconder como sempre, querendo me amar só enquanto você pode vulgarizar esse amor. Me querendo no escuro. E eu vou topar. Não porque seja uma idiota, não me dê valor ou não tenha nada melhor pra fazer. Apenas porque você me lembra o mistério da vida. Simplesmente porque é assim que a gente faz com a nossa própria existência: não entendemos nada, mas continuamos insistindo."
Tati Bernardi

terça-feira, 8 de março de 2011

Vem?

            Tudo passa! Planos, sonhos, sentimentos, emoções, momentos... Nada é eterno, e nunca nada vai ser. Ficamos perdidos num mar de vai e vem, como se no final a vida pudesse reservar algo melhor que a dor da espera, mas não pode. Cada um sabe o que faz, ninguém é forçado à nada - quem quer, assim como quem não quer, sempre dá um jeito.
            E quando paro pra pensar se por um momento eu posso realmente ser a dona do meu pensamento, do meu destino, você chega, mudando todas as condições, liberando todos os medos e anseios, e logo depois me abraçando, falando que vai dar tudo certo, Mas não vai! Não minta assim pra mim, você um dia vai ir embora mais uma vez, um dia você vai me deixar pra trás, e vai seguir em frente. Nada dura, nada é eterno, não há nada que seja bom o suficiente, não há!
         Então pra que me enganar dessa forma? Você não acha que assim é bem pior? Por que você não pode ser honesto comigo? Por que? Eu não te entendo, e no final, percebo que nem te conheço, você pra mim é um estranho. Havia um tempo que eu era seu complemento, a sua parte mais importante, mas, e hoje? Eu mal sei o seu telefone. Eu mal sei se você ainda está esperando ansioso pra que eu te ligue, e nem sei se um dia ainda irei ligar, você não me dá liberdade pra nada mais que a distância.
         E no final, você com certeza não vai estar lá por mim me esperando, você vai estar de mãos dadas com uma qualquer que não seja eu, pra você agora sou só mais uma... E o mais difícil é eu perceber que estou aprendendo a viver sem você, eu não quero isso! Eu quero te convencer de tudo que eu sinto, eu quero te mostrar que aqui, ao meu lado, é bem mais fácil suportar a dor, porque eu nunca te feriria. Você é meu bem precioso, então porque se esconder tanto? Dá uma chance pra provarmos que o destino não existe, que não precisamos nos despedir nunca, nós podemos fazer isso ser eterno, basta você querer!

segunda-feira, 7 de março de 2011

Vamos embora?

           Já está na hora de acordamos. Um dia vamos perceber que tudo nessa vida tem um propósito. Isso mesmo! Tudo que fizermos  não vai ser em vão. Dizem que somos loucos por gostar de quem não nos gosta. Mas não se esqueça dos momentos mais felizes da sua vida, não importa o que dizem: você é tudo! E onde estiver vai ter alguém com você. Nunca tire seu sorriso do rosto, ele e a coisa mais bela que você tem! Queria ser um espinho, porque espinhos não machucam uma flor, ou ate mesmo um beija-flor para ter um motivo pra te visita todos os dias. Todo começa como uma brincadeira e às vezes vai crescendo e crescendo, e nasce um grande amor. E a musica fica mais bonita, a poesia fica mais em mim, mas o sonho que está em minhas mãos se torna apenas uma ilusão. Mas sempre vai ter um novo dia para podermos ser felizes. É um amor perdido que nos acorda pra vida, e quando o amor sai calado tão desesperado sem ter pra onde ir, ele nos deixa tão calados ao não tê-la do meu lado. Todo vez que eu a olho eu penso em lhe dar o meu amor, o meu coração. Sei que iria cuida bem dele, não iria fazê-lo sofrer.
Por Vitor Hugo

É que sinto.

            É como se eu vivesse numa tentativa infiel de mostrar às pessoas que sou feliz. Pois sou. Mas ainda devo confessar, de maneira objetiva e direta, a saudade que atormenta meu peito.
Não quero nenhum tipo de escrita racional. Cansei-me disso. Quero apenas soltar aquilo que, ao fechar os olhos, é tão real dentro de mim.
Sinto falta de escrever sobre o meu amor. Sinto falta de desenhar em palavras seu sorriso lindo, seus olhos famintos, seu rosto de menino, sua expressão de malandro, sua voz – que, fez de meu coração um órgão independente desde à primeira vez que a ouvi. Meu coração que ainda bate sozinho e já quase não bate de saudades.
         Sinto falta de contar-lhe sobre o filme que assisti semana passada. De escutar-lhe as músicas. De discutir sobre livros, desenhos animados, qual a melhor matéria da escola, e, política.
Sinto falta de quando ele discordava de mim. É tão chato passar noites com rapazes que concordam com tudo que falo! Garotos que só sabem falar sobre cavalos, carros, bebidas, e, o último – contou-me sobre a bíblia. Puf! Eles nem ao menos entendem minhas brincadeiras! E sinto-me mal por fazer-lhes acreditarem que eu realmente gosto de estar ali com eles. Não gosto. – E mal lembro-lhes os nomes...
          Sinto falta de correr para os braços dele, quando ninguém mais parece entender-me. Sinto falta das brincadeiras tolas, e, de gargalhar até minha barriga doer – ao seu lado.
          Sinto falta de implorar-lhe que fique mais cinco minutos conversando comigo, enquanto ele tende tomar banho.
           Sinto falta de pensar nele enquanto acordo, almoço, lavo à louça, vou à escola, ou quando falam sobre o jogo de Counter Strike que ele tanto adorava.
Sinto falta dos carinhos. Sinto falta do abraço apertado. Sinto falta dos beijos. Sinto falta de namorar-lhe ouvindo aquela musiquinha tranqüila...
           Sinto falta de duvidar-lhe o amor, até ele agarrar-me pela nuca, olhar-me fundo aos olhos e falar-me... Só ao olhar-me daquele jeito já me convencia. Ah! E como conseguia intimidar-me com aquele olhar! Alias, intimidava-me de várias formas. Sinto falta disso também.
           Sinto falta do cheiro. Sinto falta do cabelo desarrumado – que era um charme! Sinto falta até dos pedidos de desculpas. Sinto falta de deitar-me a cabeça sobre seu peito e suspirar de amor...
            Sinto falta de suas histórias com os amigos e de como eu nunca tivera a sensação de querer fazer parte delas.
           Porque eu só queria ter meu espaço em sua vida, mesmo pequeno. Mas eu detestava sentir-me atrapalhando-o. Porque lhe desejava de maneia que minha pele ardia. Porque lhe amava. Lhe amava...
           E hoje sobra-me a saudade e uma enorme dor no peito ao pensar que não sentes a minha falta; E a dor aumenta vendo os dias passarem, jogando em minha cara que, acabou.
           Pois quando o “fim” terá sentido em minha vida? Eu, – que mal consigo acreditar que um livro pode acabar em quinhentas páginas, ou vinte. Eu, – que não aceito a morte e a temo. Eu, – que aprendi a chorar uma dor que não me é real, que mal a entendo... Eu, – que não sei sair de minha casa para ir à padaria sem olhar minha família por alguns segundos, sem sentir uma dor insuportável ao peito por deixá-los por algumas horas. Eu que não sei perder...
           Eu que não entendo essa vida sem amor. Que não me acostumo com esses beijos mal-trocados na noite... Que sentido há? Beijar e aproveitar algo que não se ama?
           Eu que não sei o que é a vida, mas tenho a certeza de que posso amar.
          E minto. Desesperadamente, eu minto. Para mostrar que estou feliz. Que não amo. Que não me importo. Que lhe esqueci...
           E, no entanto, cá estou sentada, caneta em mãos, escrevendo-lhe a saudade. Quando tudo o que gostaria era falar-lhe diretamente sobre o meu amor. Sem andar por este quarto passando as mãos por meus próprios braços que, apertados contra o peito, estancam a dor...
           Se ainda posso lhe pedir algo. Lhe peço: Não volta. Deixa-me continuar nesta mentira, até fazer-se verdade. Porque eu não entendo como é amar uma pessoa, e não poder estar ao lado dela. Que sentido isto faz?

“Compro-me uma cartela de cigarros. Sento ao jardim. Olho à lua a fazer companhia para as estrelas. Bonito, – somente. Não faz sentido olhá-las, mas ainda posso vê-las. Estrelas que brilham a dor de uma saudade vazia...”

Gabriella Beth Invitti


sexta-feira, 4 de março de 2011

quem perdoa é Deus

             Bem que tentou sair por aí, me esquecer, se divertir. Se atirou  na multidão, até se envolveu, quis buscar outra paixão. Mas logo viu que tudo isso ia dar errado, pois até mesmo a tua raiva me queria do seu lado, agora vem pedir pra perdoar e te aceitar de volta, mas quem perdoa é Deus, eu te aceito e abro a porta. Não precisa dizer nada, isso é página virada, esquece o que passou, esquece quem errou, volta meu amor. Não precisa dizer nada, isso é página virada, já ficou pra trás, não me deixe mais, anjo, nunca mais.
Jeann e Julio