quarta-feira, 15 de setembro de 2010

tentativas...


          Eu ando tão fechada que não consigo compartilhar meus sentimentos nem comigo mesma, tudo está sendo tão descrito, tão narrado que agora tudo o que eu sinto foi moldado, foi reprimido... e hoje quer se libertar. Mas cadê a minha voz, meu choro, meu desespero? NÃO, essas coisas eu deixei pra tras há algum tempo. Mas quem decidiu isso, e quando? Como eu posso tentar ser uma coisa que nem existe? As pessoas nasceram pra amar e ter sentimentos, serem boas ou más, mas sempre pessoas. TÁ VENDO? mais uma vez eu mudei de assunto pra esconder a MINHA DOR, falando na terceira pessoa, no passado, e quase nunca no futuro. Mas isso é porque eu sei que o futuro não pode ser descrito ou porque eu não acredito nele? Mais uma vez esse dilema me maltrata.
           Em minhas noites eu rezo pra esquecer os fantasmas que me assombram, mas quando o dia amanhece porque eu nunca lembro de agradecer pelo livramento que Deus me deu e sempre me dá? Porque eu brigo pra ser ouvida, e quando me dão ouvidos eu simplesmente me calo, finjo que não sei de nada e dou uma de alienada? Ah, a vida, a minha vida não pode ser assim! Eu quero outras coisas, outros sonhos, outras atitudes, outros amores... E mais uma vez eu generalizei tudo. É POR ISSO QUE O MUNDO ANDA TÃO VAZIO, sempre generalizando as coisas, sempre deixando detalhes de lado, e sempre esquecendo partes importantes do jogo. E no final, ninguém sabe quem vai estar lá, ninguém sabe nem se vai ter um fim memorável, NINGUÉM SABE SE VÃO GENERALIZAR O FIM TAMBÉM. E nessa história de generalização acabamos todos ficando sem nada, sem lembranças, sem sentimentos, sem dor ou amor, SEM NADA!
           E o meu "desabafo" acabou virando a história de como a generalização estraga as coisas, e é disso que eu tenho medo, de me perder eu meio às ideias que eu crio, de não conseguir demonstrar o que eu sinto nos textos que servem pra isso, de uma hora a ideia não ser mais passada e a pessoa que entendia tudo pensar que eu estou melhor e não ver mais necesidade de me ajudar, é disso que eu tenho medo.

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